sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O exemplo como uma forma de compartilhar o evangelho

             


Jovens

Saber o Que Dizer

Se você sente que não sabe o suficiente sobre o evangelho para compartilhá-lo com as pessoas, tranquilize-se com estas promessas das escrituras:
“Clamai a este povo; expressai os pensamentos que eu vos puser no coração e não sereis confundidos diante dos homens;
 Pois naquela mesma hora, sim, naquele mesmo momento, ser-vos-á dado o que dizer” (D&C 100:5–6).
“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26).
São promessas grandiosas, mas para sermos merecedores delas, temos de fazer nossa parte. Nesta mensagem, o Presidente Eyring nos ensinou como fazer isso: “Preparem-se para compartilhar preenchendo a mente todos os dias com as verdades do evangelho”. O que você pode fazer para preencher a mente com as verdades do evangelho?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Porquê do Serviço no Sacerdócio


Dieter F. Uchtdorf
A compreensão do quê do evangelho e do porquê do sacerdócio nos ajudará a ver o propósito divino de tudo.
Estimo imensamente esta maravilhosa oportunidade de reunir-me com os irmãos do sacerdócio e regozijar-me com vocês na maravilha e beleza do evangelho de Jesus Cristo. Eu os elogio por sua fé, suas boas obras e sua contínua disposição de fazer o bem.
Compartilhamos um elo comum pelo fato de termos todos recebido a ordenação ao sacerdócio de Deus por meio daqueles a quem foi confiada a santa autoridade e o poder do sacerdócio. Não se trata de uma bênção pequena. É uma sagrada responsabilidade.

O Poder do Porquê

Recentemente tenho pensado em dois chamados importantes que recebi como portador do sacerdócio na Igreja.
O primeiro desses chamados foi quando eu era diácono. Eu frequentava com minha família o ramo da Igreja que ficava em Frankfurt, Alemanha. Éramos abençoados com muitas pessoas maravilhosas em nosso pequeno ramo. Uma dessas pessoas era nosso presidente do ramo, o irmão Landschulz. Eu o admirava muito, mesmo que sempre me parecesse muito sério e formal, e quase sempre trajasse um terno escuro. Lembro de, quando jovem, ter caçoado com meus amigos do presidente do ramo, de como ele parecia antiquado.
Faz-me rir pensar nisso agora, porque é bem provável que os jovens da Igreja, hoje, me vejam de modo muito semelhante.
Certo domingo, o presidente Landschulz me chamou para conversar com ele. A primeira coisa que pensei foi: “O que fiz de errado?” Bem rápido repassei na mente as muitas coisas que eu poderia ter feito para inspirar aquela conversa do presidente do ramo com um diácono.
O presidente Landschulz me convidou para uma pequena sala de aula — nossa capela não tinha escritório para o presidente do ramo — e ali me fez o chamado para servir como presidente do quórum de diáconos.
“É um cargo importante”, disse ele, e então passou um tempo descrevendo o motivo disso. Explicou o que ele e o Senhor esperavam de mim e como eu seria ajudado.
Não lembro muito do que ele disse, mas lembro bem o que senti. Um Espírito sagrado e divino me encheu o coração à medida que ele falava. Pude sentir que esta era a Igreja do Salvador. E senti que aquele chamado que ele fizera tinha sido inspirado pelo Espírito Santo. Lembro que saí daquela salinha sentindo-me bem mais alto do que antes.
Já se passaram quase 60 anos desde aquele dia, mas ainda guardo na memória aqueles sentimentos de confiança e amor.
Quando relembrava esse fato, tentei lembrar precisamente quantos diáconos tínhamos em nosso ramo naquela época. Pelo que me recordo, creio que havia apenas dois. No entanto, isso pode ser um grande exagero da minha parte.
Mas não importava que houvesse um diácono ou uma dezena. Senti-me honrado e desejei servir da melhor forma possível, sem desapontar o presidente do ramo ou o Senhor.
Dou-me conta agora de que o presidente do ramo poderia ter agido displicentemente ao chamar-me para aquele cargo. Poderia ter simplesmente me dito no corredor, ou durante nossa reunião do sacerdócio, que eu era o novo presidente do quórum de diáconos.
Em vez disso, ele passou um tempo comigo e me ajudou a compreender não apenas o quê da minha designação e nova responsabilidade, mas também, muito mais importante, o porquê.
Isso é algo de que jamais me esquecerei.
O ponto-chave dessa história não é apenas descrever como fazer um chamado na Igreja (embora esse tenha sido para mim um excelente exemplo da maneira certa de fazê-lo). Trata-se de uma lição sobre o poder motivador da liderança do sacerdócio que desperta o espírito e inspira à ação.
Precisamos ser constantemente lembrados dos motivos eternos que estão por trás das coisas que somos ordenados a fazer. Os princípios básicos do evangelho precisam fazer parte do cerne de nossa vida, mesmo que isso signifique reaprendê-los muitas e muitas vezes. Isso não quer dizer que esse processo deva ser mecânico ou tedioso. Em vez disso, quando ensinamos os princípios fundamentais, no lar ou na Igreja, devemos fazer com que a chama do entusiasmo pelo evangelho e o fogo do testemunho levem luz, calor e alegria ao coração das pessoas que ensinamos.
Desde o diácono recém-ordenado ao mais antigo sumo sacerdote, todos temos listas do quê podemos e devemos fazer em nossas responsabilidades do sacerdócio. O quê é importante em nosso trabalho, e precisamos cuidar dele. Mas é no porquê do serviço no sacerdócio que descobrimos o fogo, a paixão e o poder do sacerdócio.
quê de servir no sacerdócio nos ensina o que fazer. O porquê inspira a alma.
quê informa, mas o porquê transforma.

Uma Abundância de Coisas “Boas” para Fazer

Outro chamado no sacerdócio em que tenho pensado muito veio vários anos depois, quando eu já tinha minha própria família. Havíamo-nos mudado de volta para Frankfurt, Alemanha, e eu acabara de receber uma promoção no trabalho que exigiria muito tempo e atenção da minha parte. Naquela época atarefada da minha vida, o Élder Joseph B. Wirthlin me chamou para servir como presidente de estaca.
Em minha entrevista com ele, muitos pensamentos me passaram pela mente, inclusive a preocupação de que talvez eu não dispusesse do tempo exigido para servir naquele chamado. Embora me sentisse humilde e honrado pelo chamado, questionei-me brevemente se poderia aceitá-lo. Mas foi apenas um pensamento fugaz, porque eu sabia que o Élder Wirthlin fora chamado por Deus e fazia o trabalho do Senhor. O que mais eu poderia fazer senão aceitar?
Há ocasiões em que, com fé, temos de dar um passo na escuridão, confiando que o Senhor colocará terreno sólido sob nossos pés, assim que o fizermos. Portanto, aceitei com alegria, sabendo que Deus providenciaria o necessário.
Nos primeiros dias daquela designação, tivemos na estaca o privilégio de receber treinamento de alguns dos maiores mestres e líderes da Igreja: homens como o Élder Russell M. Nelson e o Presidente Thomas S. Monsonvisitavam nossa área. Seus ensinamentos eram como orvalho do céu e foram uma inspiração para nós. Ainda tenho as anotações que fiz naquelas sessões de treinamento. Esses irmãos nos deram a visão do que significa estabelecer o reino de Deus, edificando o testemunho pessoal e fortalecendo famílias. Eles nos ajudaram a ver como aplicar a verdade e os princípios do evangelho a nossas circunstâncias e época específicas. Em outras palavras, líderes inspirados nos ajudaram a ver o porquê do evangelho e, depois, nós tivemos de arregaçar as mangas e trabalhar.
Em pouco tempo percebemos que havia muitas coisas que uma presidência de estaca poderia fazer — tantas, na verdade, que se não estabelecêssemos prioridades inspiradas, acabaríamos deixando de fazer as coisas importantes. Começaram a surgir prioridades alternativas, tirando nosso enfoque da visão compartilhada pelas Autoridades Gerais. Havia muitas coisas “boas” a fazer, mas nem todas eram as que mais importavam.
Aprendemos uma importante lição: o fato de algo ser bom nem sempre é motivo suficiente para demandar nosso tempo e recursos. Nossas atividades, iniciativas e nossos planos devem ser inspirados e amparados pelo porquê de nosso serviço no sacerdócio, e não por qualquer modismo ou interesse superficial do momento. Caso contrário, podem distrair nosso trabalho, diluir nossa energia e aprisionar-nos em nossos próprios passatempos espirituais ou temporais que não são o cerne de nosso discipulado.
Irmãos, saibam que é preciso autodisciplina para manter-nos concentrados nas coisas que mais podem aumentar o amor a Deus e ao semelhante: revigorar casamentos, fortalecer famílias e edificar o reino de Deus na Terra. Como uma árvore frutífera com uma abundância de ramos e folhas, nossa vida precisa ser podada regularmente para garantir que usemos nossa energia e nosso tempo para cumprir nosso real propósito: “dar frutos bons”!1

Não Estamos Sozinhos

Então, como saber o que selecionar? Cada um de nós tem a responsabilidade de determinar isso por si mesmo. Contudo, foi-nos ordenado que estudássemos as escrituras diligentemente, atendêssemos às palavras dos profetas e fizéssemos disso uma questão de oração séria, dedicada e fervorosa.
Irmãos, Deus é fiel. Por meio do Espírito Santo, Ele nos falará a nossa mente e ao nosso coração em relação ao caminho que devemos seguir durante cada parte de nossa vida.
Se nosso coração for puro — se não buscarmos nossa própria glória, mas a glória do Deus Todo-Poderoso, se procurarmos fazer a vontade Dele, se desejarmos abençoar a vida de nossa família e de nosso semelhante — não caminharemos sozinhos. Como o Presidente Monson sempre nos lembra: “Quando estamos a serviço do Senhor, temos o direito de receber sua ajuda”.2
Nosso Pai Celestial “[irá] adiante de vós. [Estará] a vossa direita e a vossa esquerda e [Seu] Espírito estará em vosso coração e [Seus] anjos ao vosso redor para vos suster”.3

O Poder de Fazer

Meus queridos irmãos, as bênçãos divinas pelo serviço no sacerdócio são ativadas por nosso esforço diligente, nossa disposição em sacrificar-nos e pelo nosso desejo de fazer o que é correto. Sejamos aqueles que agem, e não os que recebem a ação. É bom pregar, mas os sermões que não levam à ação são como fogo sem calor ou água que não mata a sede.
É na aplicação prática da doutrina que a chama purificadora do evangelho cresce e o poder do sacerdócio incendeia nossa alma.
Thomas Edison, o homem que banhou o mundo com a brilhante luz elétrica, disse que “o valor de uma ideia está na utilização dela”.4 De modo semelhante, a doutrina do evangelho se torna mais preciosa quando colocada em prática.
Não podemos permitir que as doutrinas do sacerdócio fiquem adormecidas em nosso coração, sem ser aplicadas em nossa vida. Se houver um casamento ou uma família que necessite de resgate — quem sabe a nossa própria — não podemos esperar sem fazer nada. Em vez disso, sejamos gratos a Deus pelo plano de felicidade que inclui fé, arrependimento, perdão e um novo início. A aplicação da doutrina do evangelho nos qualificará como maridos, como pais, como filhos, que compreendem o porquê do sacerdócio e seu poder de recuperar e manter a beleza e a santidade de uma família eterna.
A conferência geral sempre é uma boa época para ouvir e fazer. Portanto, sejamos “cumpridores da palavra, e não somente ouvintes”.5 Irmãos, convido-os a ponderar as palavras proferidas pelos servos de Deus neste fim de semana. Depois, ajoelhem-se. Peçam ao Senhor, nosso Pai Celestial, que ilumine sua mente e toque seu coração. Implorem que Ele lhes dê orientação para sua vida diária, suas responsabilidades na Igreja e seus desafios específicos nesta época. Sigam os sussurros do Espírito, sem demora. Se fizerem tudo isso, prometo que o Senhor não permitirá que caminhem sozinhos.

Prosseguir com Paciência

Sabemos que, apesar de nossas melhores intenções, as coisas nem sempre saem de acordo com o que planejamos. Cometemos erros tanto na vida como em nosso serviço no sacerdócio. Vez por outra, falhamos e deixamos a desejar.
Quando o Senhor nos aconselha, dizendo “continuai pacientemente até que sejais aperfeiçoados”,6 Ele reconhece que isso exige tempo e perseverança. A compreensão do porquê do evangelho e do porquê do sacerdócio nos ajudará a ver o propósito divino de tudo. Isso nos dará motivação e forças para fazer o que é certo, mesmo quando for difícil. Seremos abençoados com clareza, sabedoria e orientação se permanecermos concentrados em viver os princípios fundamentais do evangelho.
“Não prosseguiremos em tão grande causa?”7 Sim, irmãos, prosseguiremos!
Guiados pelo Santo Espírito, aprenderemos com nossos erros. Se cairmos, vamos nos erguer. Se tropeçarmos, seguiremos em frente. Jamais vacilaremos, jamais desistiremos.
Como uma vigorosa irmandade do sacerdócio eterno de Deus, estaremos unidos, ombro a ombro, concentrados nos princípios do evangelho restaurado de Jesus Cristo e com gratidão serviremos a nosso Deus e a nosso semelhante com dedicação e amor.

Deus Vive!

Meus queridos irmãos, testifico a vocês que Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo vivem. Eles são reais! Eles estão ao nosso lado!
Vocês não estão sozinhos. Seu Pai Celestial Se importa com vocês e quer abençoá-los e sustê-los em retidão.
Tenham a certeza de que Deus fala à humanidade em nossos dias. Ele vai falar com vocês!
O Profeta Joseph Smith viu o que disse que viu. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi restaurada na Terra pelo poder e pela autoridade do Deus Todo-Poderoso.
Minha oração é que, como portadores de Seu sacerdócio, estejamos sempre em sintonia com o porquê do serviço no sacerdócio e usemos os princípios fundamentais do evangelho restaurado para transformar nossa vida e a vida daqueles a quem servimos.
Ao fazermos isso, o infinito poder da Expiação vai purificar, limpar e refinar nosso espírito e caráter, até que nos tornemos os homens que devemos ser. Presto testemunho disso no sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.

Os Poderes do Céu


David A. Bednar
Os portadores do sacerdócio, jovens e idosos, precisam de autoridade e poder: a permissão necessária e a capacidade espiritual de representar Deus no trabalho de salvação.
Meus amados irmãos, sinto-me grato por podermos adorar juntos como um imenso grupo de portadores do sacerdócio. Amo e admiro vocês por sua dignidade e sua influência para o bem no mundo inteiro.
Convido cada um de vocês a refletir sobre como responderiam à seguinte pergunta feita há muitos anos aos membros da Igreja pelo Presidente David O. McKay: “Se neste instante alguém pedisse a cada um de vocês que declarasse, em uma única frase ou sentença, a característica mais marcante de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, qual seria sua resposta?” (“The Mission of the Church and Its Members”,Improvement Era, novembro de 1956, p. 781).
A resposta que o Presidente McKay deu a sua própria pergunta foi: a “autoridade divina” do sacerdócio. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias distingue-se de outras igrejas que afirmam evocar sua autoridade da sucessão histórica, das escrituras ou da formação teológica. Declaramos de modo exclusivo que a autoridade do sacerdócio foi conferida ao Profeta Joseph Smith pela imposição de mãos, diretamente de mensageiros celestiais.
Meu discurso concentra-se nessa autoridade divina e nos poderes do céu. Oro sinceramente pedindo a ajuda do Espírito do Senhor, para que juntos aprendamos algo a respeito dessas importantes verdades.

A Autoridade e o Poder do Sacerdócio

O sacerdócio é a autoridade de Deus delegada na Terra aos homens para que atuem em todas as coisas referentes à salvação da humanidade (ver Spencer W. Kimball, “The Example of Abraham”, Ensign, junho de 1975, p. 3). O sacerdócio é o meio pelo qual o Senhor age por intermédio de homens para salvar almas. Uma das características marcantes da Igreja de Jesus Cristo, tanto no passado quanto no presente, é Sua autoridade. Não pode haver uma Igreja verdadeira sem autoridade divina.
A autoridade do sacerdócio é concedida a homens comuns. A dignidade e a disposição de servir — não a experiência, o conhecimento ou a formação — são as qualificações para a ordenação ao sacerdócio.
O padrão para o recebimento da autoridade do sacerdócio é descrito na quinta regra de fé: “Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia e pela imposição de mãos, por quem possua autoridade, para pregar o Evangelho e administrar suas ordenanças”. Assim, um rapaz ou homem recebe a autoridade do sacerdócio e é ordenado a um ofício específico por alguém que já possui o sacerdócio e que tenha sido autorizado por um líder que possua as devidas chaves do sacerdócio.
Espera-se que o portador do sacerdócio exerça essa autoridade sagrada de acordo com a mente, a vontade e os propósitos sagrados de Deus. Nada em relação ao sacerdócio é de natureza egocêntrica. O sacerdócio sempre é usado para servir, abençoar e fortalecer outras pessoas.
O sacerdócio maior é recebido por um solene convênio que inclui a obrigação de agir pela autoridade (ver D&C 68:8) e no ofício (ver D&C 107:99) para o qual foram designados. Como portadores da santa autoridade de Deus, somos agentes que atuam e não subordinados que recebem a ação (ver 2 Néfi 2:26). O sacerdócio é inerentemente ativo, e não passivo.
O Presidente Ezra Taft Benson ensinou:
“Não é suficiente receber o sacerdócio e depois esperar sentados e passivos até que sejamos impelidos à atividade por alguém. Quando recebemos o sacerdócio, temos a obrigação de tornar-nos ativa e avidamente engajados na promoção da causa da retidão na Terra, porque o Senhor disse:
‘O que nada faz até que seja mandado e recebe um mandamento com o coração duvidoso e guarda-o com indolência, é condenado’ (D&C 58:29)” (So Shall Ye Reap, 1960, p. 21).
O Presidente Spencer W. Kimball também salientou enfaticamente a natureza ativa do sacerdócio. “[Rompe-se] o convênio do sacerdócio transgredindo os mandamentos — e também deixando de cumprir as respectivas obrigações e deveres. Portanto, para quebrar esse convênio, basta apenas não fazer nada” (O Milagre do Perdão, 1999, p. 96).
Quando damos o melhor de nós para cumprir nossas responsabilidades do sacerdócio, podemos abençoar com o poder do sacerdócio. O poder do sacerdócio é o poder de Deus que atua por intermédio de rapazes e homens iguais a nós e requer retidão pessoal, fé, obediência e diligência. Um rapaz ou homem pode receber a autoridade do sacerdócio pela imposição de mãos, mas não ter o poder do sacerdócio, se for desobediente, indigno ou desprovido de vontade de servir.
“Os direitos do sacerdócio são inseparavelmente ligados com os poderes do céu e (…) os poderes do céu não podem ser controlados nem exercidos a não ser de acordo com os princípios da retidão.
Que eles nos podem ser conferidos, é verdade; mas quando nos propomos a encobrir nossos pecados ou satisfazer nosso orgulho, nossa vã ambição ou exercer controle ou domínio ou coação sobre a alma dos filhos dos homens, em qualquer grau de iniquidade, eis que os céus se afastam; o Espírito do Senhor se magoa e, quando se afasta, amém para o sacerdócio ou a autoridade desse homem” (D&C 121:36–37; grifo do autor).
Irmãos, é inaceitável ao Senhor que um rapaz ou homem receba a autoridade do sacerdócio, mas deixe negligentemente de fazer o que é necessário a fim de qualificar-se para o poder do sacerdócio. Os portadores do sacerdócio, jovens e idosos, precisam de autoridade e poder: a permissão necessária e a capacidade espiritual de representar Deus no trabalho de salvação.

Uma Lição de Meu Pai

Fui criado em um lar que tinha uma mãe fiel e um pai maravilhoso. Minha mãe era descendente de pioneiros que sacrificaram tudo pela Igreja e pelo reino de Deus. Meu pai não era membro de nossa Igreja e, quando jovem, teve o desejo de tornar-se sacerdote católico. Por fim, decidiu não entrar para o seminário teológico e escolheu a carreira de ferramenteiro.
Por muito tempo, meu pai assistiu às reuniões da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com a nossa família. Na verdade, muitas pessoas de nossa ala não faziam ideia de que meu pai não era membro da Igreja. Ele integrava e treinava o time de softball de nossa ala, ajudava nas atividades escoteiras e apoiava minha mãe em seus vários chamados e responsabilidades. Quero contar-lhes uma das grandes lições que aprendi com meu pai sobre a autoridade e o poder do sacerdócio.
Quando menino, eu perguntava a meu pai muitas vezes por semana quando ele seria batizado. Ele respondia com amor, mas com firmeza, toda vez que eu o importunava: “David, não vou me filiar à Igreja por sua mãe, por você, ou por quem quer que seja. Vou me filiar à Igreja quando souber que é a coisa certa a fazer”.
Creio que foi no início da minha adolescência que tive a seguinte conversa com meu pai. Tínhamos acabado de voltar das reuniões de domingo, às quais fôramos juntos, e perguntei a meu pai quando ele seria batizado. Ele sorriu e disse: “Você está sempre me perguntando quando serei batizado. Hoje tenho uma pergunta para você”. Com rapidez e entusiasmo concluí que estávamos fazendo progresso!
Meu pai prosseguiu, dizendo: “David, sua igreja ensina que o sacerdócio foi retirado da Terra no passado e foi restaurado por mensageiros celestes ao Profeta Joseph Smith, certo?” Respondi que sua afirmação era correta. Ele então disse: “Aqui vai minha pergunta. Toda semana, na reunião do sacerdócio, ouço o bispo e outros líderes do sacerdócio lembrarem, pedirem e implorarem que os homens façam suas visitas de ensino familiar e cumpram seus deveres do sacerdócio. Se sua igreja realmente tem o sacerdócio restaurado de Deus, por que há tantos homens em sua igreja quanto há na minha, que não diferem no cumprimento de seus deveres religiosos?” De imediato, deu-me um branco na mente. Fiquei sem uma resposta adequada para meu pai.
Creio que meu pai estava errado ao julgar a validade da afirmação de que a Igreja tinha autoridade divina por causa das falhas dos homens com quem ele convivia na ala. Mas, para mim, sua pergunta carregava o pressuposto correto de que os homens que possuem o santo sacerdócio de Deus devem ser diferentes dos outros. Os homens que possuem o sacerdócio não são inerentemente melhores que os outros, mas devem agir de modo diferente. Os homens que possuem o sacerdócio devem não apenas receber a autoridade do sacerdócio, mas também tornar-se condutores dignos e fiéis do poder de Deus. “Sede limpos, vós que portais os vasos do Senhor” (D&C 38:42).
Nunca me esquecerei das lições sobre a autoridade e o poder do sacerdócio que aprendi com meu pai, um homem bom que não era de nossa religião, que esperava mais dos homens que afirmavam possuir o sacerdócio de Deus. A conversa que tive com meu pai, naquela tarde de domingo, há muitos anos, produziu em mim o desejo de ser um “bom rapaz”. Eu não queria ser um mau exemplo e uma pedra de tropeço para o progresso de meu pai no aprendizado do evangelho restaurado. Simplesmente queria ser um bom rapaz. O Senhor precisa que todos nós, portadores de Sua autoridade, sejamos honrados, virtuosos e bons, em todos os momentos e em todos os lugares.
Talvez se interessem em saber que, alguns anos depois, meu pai foi batizado. E no devido momento, tive a oportunidade de conferir-lhe o Sacerdócio Aarônico e o de Melquisedeque. Uma das grandes experiências pessoais de minha vida foi observar meu pai receber a autoridade e, por fim, o poder do sacerdócio.
Compartilho com vocês essa pungente lição que aprendi com meu pai para salientar uma verdade simples. O recebimento da autoridade do sacerdócio pela imposição de mãos é um começo importante, mas não é o suficiente. A ordenação confere autoridade, mas exige-se retidão para agirmos com poder, ao nos esforçarmos para elevar almas, ensinar e testificar, abençoar, aconselhar e levar adiante a obra de salvação.
Nesta gloriosa época da história da Terra, nós, portadores do sacerdócio, precisamos ser homens justos e instrumentos eficazes nas mãos de Deus. Precisamos erguer-nos como homens de Deus. Seria bom que aprendêssemos com Néfi, neto de Helamã e o primeiro dos doze discípulos chamados pelo Salvador no início de Seu ministério entre os nefitas, e seguíssemos seu exemplo: “E [Néfi] ensinou-lhes muitas coisas. E (…) Néfi ensinou com poder e grande autoridade” (3 Néfi 7:17).

“Por Favor, Ajude Meu Marido a Compreender”

Ao término das entrevistas de recomendação para o templo, que eu realizava como bispo e presidente de estaca, geralmente perguntava às irmãs casadas como é que eu poderia prestar-lhes serviço e ajudar sua família. A resposta constante que eu ouvia daquelas mulheres fiéis era instrutiva, mas também alarmante. As irmãs raramente reclamavam ou criticavam, mas geralmente respondiam assim: “Por favor, ajude meu marido a compreender sua responsabilidade como líder do sacerdócio no lar. Fico feliz em tomar a iniciativa no estudo das escrituras, na oração em família e na noite familiar, e vou continuar a fazê-lo. Mas gostaria que meu marido participasse igualmente e provesse a sólida liderança do sacerdócio que só ele pode oferecer. Por favor, ajude meu marido a aprender a ser um patriarca e um líder do sacerdócio que presida e proteja nosso lar”.
Com frequência, reflito na sinceridade daquelas irmãs e em seu pedido. Os líderes do sacerdócio ouvem preocupações semelhantes hoje em dia. Muitas esposas suplicam que o marido tenha não apenas a autoridade do sacerdócio, mas também o poder do sacerdócio. Elas anseiam em dividir igualmente a tarefa com um marido fiel e companheiro do sacerdócio na criação de um lar centralizado em Cristo e enfocado no evangelho.
Irmãos, prometo que se ponderarmos fervorosamente o pedido daquelas irmãs, o Espírito Santo vai ajudar-nos a vermos a nós mesmos, como realmente somos (ver D&C 93:24) e a reconhecer as coisas que precisamos mudar e melhorar. E a hora de agir é agora!

Ser um Exemplo de Retidão

Quero reiterar os ensinamentos do Presidente Thomas S. Monson, que nos convidou, como portadores do sacerdócio, a ser “exemplos de retidão”. Ele nos lembrou muitas vezes que estamos a serviço do Senhor e que temos direito a Sua ajuda, sob a condição de sermos dignos (ver “Exemplos de Retidão”, A Liahona, maio de 2008, p. 65). Possuímos a autoridade do sacerdócio que foi trazida de volta à Terra nesta dispensação por mensageiros celestes, sim, por João Batista, e por Pedro, Tiago e João. Portanto, todo homem que recebe o Sacerdócio de Melquisedeque pode seguir sua linha pessoal de autoridade diretamente até o Senhor Jesus Cristo. Espero que sejamos gratos por essa maravilhosa bênção. Oro para que sejamos limpos e dignos de representar o Senhor ao exercer Sua sagrada autoridade. Qualifiquemo-nos todos para o poder do sacerdócio.
Testifico que o santo sacerdócio foi realmente restaurado na Terra, nestes últimos dias, e que ele se encontra em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Também testifico que o Presidente Thomas S. Monson é o sumo sacerdote que preside o sumo sacerdócio da Igreja (ver D&C 107:9, 22, 65–66, 91–92) e a única pessoa na Terra que possui todas as chaves do sacerdócio e tem autoridade para exercê-las. Presto solene testemunho dessas verdades, no sagrado nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.

Resgate para um Crescimento Real


Richard C. Edgley
A salvação de almas é o trabalho para o qual o Salvador nos chamou.
Nos últimos meses, deu-se mais ênfase ao estabelecimento do “crescimento real” na Igreja, fazendo com que todos os que assim o desejarem recebam e guardem os convênios e as ordenanças de salvação, e vivam com uma poderosa mudança de coração descrita por Alma (verAlma 5:14). Um dos meios mais significativos e importantes de estabelecer o crescimento real na Igreja é estender a mão e resgatar aqueles que foram batizados, mas que se encontram em um estado menos ativo, carentes das bênçãos e das ordenanças de salvação. Independentemente de nosso chamado individual — mestre familiar ou professora visitante, professor da Escola Dominical, bispo, pai, mãe ou Autoridade Geral — todos podemos engajar-nos de modo significativo no trabalho de resgate. Afinal, trazer todos — nossa família, os não membros, os menos ativos, os pecadores — a Cristo para que recebam as ordenanças de salvação é o chamado divino que todos compartilhamos.
Numa manhã de domingo, há 30 anos, quando eu servia em uma presidência de estaca, recebemos um telefonema de um de nossos fiéis bispos. Ele explicou que sua ala havia crescido tão rápido que ele já não conseguia dar um chamado significativo para todos os membros dignos. Pediu-nos que dividíssemos a ala. Enquanto esperávamos essa aprovação, decidimos como presidência de estaca que visitaríamos a ala e chamaríamos todos aqueles maravilhosos e dignos irmãos e irmãs como missionários de estaca.
A terceira pessoa que entrevistei era uma estudante que frequentava a universidade local. Depois de conversarmos um pouco, fiz o chamado para que ela servisse como missionária. Fez-se silêncio por alguns instantes. Então, ela disse: “Presidente, você sabia que não sou ativa na Igreja?”
Depois de alguns momentos de silêncio da minha parte, eu disse: “Não, eu não sabia que você não era ativa”.
Ela respondeu: “Já faz anos que não sou ativa na Igreja”. Então, ela disse: “Sabia que depois de alguém ficar inativo, não é tão fácil voltar?”
Respondi: “Sua ala começa às 9 horas da manhã. É só ir para a capela, e você está conosco”.
Ela replicou: “Não, não é tão fácil assim. A gente se preocupa com um monte de coisas. Preocupamo-nos se alguém vai nos cumprimentar, ou se vamos sentar-nos sozinhos e passar a reunião despercebidos. E preocupamo-nos se vamos ser aceitos e quem serão nossos novos amigos”.
Ela prosseguiu com lágrimas rolando em sua face: “Sei que minha mãe e meu pai estão orando por mim há anos para que eu volte para a Igreja”. Depois de um momento de silêncio, ela disse: “Nos últimos três meses, estive orando para encontrar a coragem, as forças e os meios para voltar à atividade”. Em seguida, ela perguntou: “Presidente, acha que esse chamado poderia ser uma resposta a essas orações?”
Meus olhos se encheram de lágrimas ao responder: “Creio que o Senhor respondeu a suas orações”.
Ela não apenas aceitou o chamado, mas tornou-se uma ótima missionária. E tenho certeza de que ela proporcionou muita alegria não apenas a si mesma, mas também aos pais e provavelmente a outros familiares.
Há várias coisas que aprendi, ou das quais fui lembrado, com essa e com entrevistas semelhantes:
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    Aprendi que muitos membros menos ativos têm entes queridos de joelhos, rogando que o Senhor ajude a resgatar os seus amados familiares.
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    Aprendi que não é tão fácil ou agradável para um membro menos ativo simplesmente entrar na Igreja de novo. Eles precisam de ajuda. Precisam de apoio. Precisam de integração.
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    Aprendi que temos membros menos ativos que estão dispostos a voltar e procurando encontrar o caminho de volta à atividade.
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    Aprendi que muitos membros menos ativos vão aceitar um chamado que lhes for feito.
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    Aprendi que um membro menos ativo merece ser tratado como igual e visto como filho ou filha de um Deus amoroso.
Ao longo dos anos, perguntei-me como teria sido aquela entrevista se eu tivesse tratado aquela irmã como membro menos ativo da Igreja. Deixo esse julgamento a vocês.
A reativação sempre foi uma parte importante da obra do Senhor. Embora o resgate seja responsabilidade de todo membro, os portadores do Sacerdócio Aarônico e de Melquisedeque têm a responsabilidade de liderar esse trabalho. Afinal, é nisso que consiste o serviço no sacerdócio — trazer todas as pessoas aos convênios que levam à exaltação; proporcionar paz, felicidade e autoestima.
No Livro de Mórmon, devem lembrar-se de quando Alma, o filho, descobriu que os zoramitas tinham-se afastado da Igreja e organizou uma equipe de reativação para resgatar aquelas pessoas. Ao aceitar essa tarefa, Alma rogou ao Senhor, dizendo:
“Ó Senhor, permite que tenhamos êxito em trazê-los novamente a ti, em Cristo.
Eis, ó Senhor, que sua alma é preciosa e muitos deles são nossos irmãos; dá-nos, portanto, ó Senhor, poder e sabedoria para trazermos esses nossos irmãos novamente a ti” (Alma 31:34–35; grifo do autor).
Há poucos meses, após reunir-me com recém-conversos e membros menos ativos, um membro reativado, um senhor da minha idade me procurou e disse: “Sou um dos que foi menos ativo durante a maior parte da vida. Afastei-me da Igreja na juventude. Mas agora estou de volta, e trabalho no templo com minha mulher”.
Para fazer com que ele soubesse que tudo estava bem, respondi desta forma: “Tudo está bem quando termina bem”.
Ele replicou: “Não, não está tudo bem. Estou de volta à Igreja, mas perdi todos os meus filhos e meus netos. E agora estou vendo meus bisnetos se perderem — todos estão fora da Igreja. Não está tudo bem”.
Em nossa família, temos um antepassado que se filiou à Igreja na Europa, nos primeiros dias da Igreja. Um de seus filhos se tornou inativo. Minha mulher e eu tentamos calcular quantos seriam os descendentes inativos daquele antepassado.
Foi fácil para nós concluir que nessas seis gerações, com uma aproximação aceitável, podem ter-se perdido cerca de 3.000 membros da família. Projetemos isso para mais duas gerações. A perda poderia teoricamente se aproximar de 20.000 a 30.000 filhos de nosso Pai Celestial.
O encargo de resgatar é fundamentado em uma das doutrinas mais importantes da Igreja.
“Lembrai-vos de que o valor das almas é grande à vista de Deus;
Pois eis que o Senhor vosso Redentor sofreu a morte na carne; portanto sofreu a dor de todos os homens, para que todos os homens se arrependessem e viessem a ele. (…)
E, se trabalhardes todos os vossos dias clamando arrependimento a este povo e trouxerdes a mim mesmo que seja uma só alma, quão grande será vossa alegria com ela no reino de meu Pai!” (D&C 18:10–11, 15; grifo do autor.)
Tive o privilégio de resgatar alguns membros menos ativos ao longo de minha vida. Agora, quando trago alguém de volta à atividade na Igreja, não visualizo uma única alma — vejo seis, sete ou mais gerações — milhares de almas. Então penso na escritura: “Se (…) trouxerdes a mim mesmo que seja uma só alma, quão grande será vossa alegria” (D&C 18:15).
O Senhor disse a Seus apóstolos: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros” (Mateus 9:37). Os ceifeiros não precisam ser poucos. Temos milhares de portadores do sacerdócio dignos e capazes, e milhões de membros da Igreja dedicados em todas as partes do mundo. Temos conselhos de ala, quóruns do sacerdócio, Sociedades de Socorro e outras organizações funcionando, todos com o encargo de resgatar. A salvação de almas é o trabalho para o qual o Salvador nos chamou.
Neste meu discurso, citei a oração que Alma ofereceu quando ele e seus companheiros lançaram-se ao trabalho de resgate dos zoramitas. Durante a Segunda Guerra Mundial aproximadamente 500 soldados norte-americanos e vários moradores locais que os apoiavam foram presos em um campo de prisioneiros. Devido ao sofrimento e à preocupação com sua segurança, um esquadrão de voluntários de aproximadamente 100 soldados norte-americanos foi selecionado para resgatar aqueles prisioneiros. Depois que os voluntários foram reunidos, o oficial comandante os instruiu, dizendo: “Hoje à noite, reúnam-se com seus líderes religiosos, ajoelhem-se e jurem a Deus que, enquanto tiverem um sopro de vida, não permitirão que um daqueles homens sofra mais um só momento que seja” (ver Hampton Sides, Ghost Soldiers: The Forgotten Epic Story of World War II’s Most Dramatic Mission, 2001, pp. 28–29). Aquele resgate bem-sucedido foi um resgate do sofrimento físico e temporal. Deveria ser menos valoroso o nosso empenho de resgatar aqueles que sofrem consequências espirituais e eternas? Deveríamos assumir um compromisso menor com o Senhor?
Para concluir, nosso compromisso como membros da Igreja verdadeira de Cristo decorre do fato de que o Senhor sofreu por todos nós — o não membro, o membro menos ativo, o pecador e cada membro de nossa família. Creio que podemos proporcionar a alegria, a paz e a grande doçura do evangelho a centenas de milhares, mesmo milhões de seus descendentes. Creio que podemos ter sucesso porque esta é a Igreja do Senhor e porque, em virtude de nosso sacerdócio e de nossa condição de membros, somos chamados para ter sucesso. Presto testemunho disso a vocês, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Sacerdócio Aarônico: Ergam-se e Usem o Poder de Deus


Adrián Ochoa
O sacerdócio precisa ser exercido para efetuar qualquer bem. Vocês são chamados para erguer-se e brilhar, e não para esconder sua luz nas trevas.
Há pouco tempo, estive na África do Sul visitando uma pessoa com Thabiso, que é o primeiro assistente do quórum de sacerdotes da Ala Kagiso. Seu bispo, que preside o quórum e possui as chaves do quórum, e Thabiso estiveram orando pelos membros menos ativos do quórum, buscando inspiração sobre quem poderiam visitar e como ajudá-los. Sentiram-se inspirados a visitar a casa de Tebello e convidaram-me para ir com eles.
Depois que passamos pelo feroz cão de guarda, reunimo-nos na sala de estar com Tebello, um rapaz de espírito sereno que parou de ir à Igreja por ter ficado atarefado com outras coisas aos domingos. Ele estava nervoso, mas feliz em receber-nos, e até convidou sua família para participar. O bispo expressou seu amor pela família e seu desejo de ajudá-los a tornar-se uma família eterna, sendo selados no templo. O coração deles foi tocado e pudemos sentir a forte presença do Espírito Santo guiando cada palavra e cada sentimento.
Mas foram as palavras de Thabiso que fizeram a diferença na visita. Pareceu-me que aquele jovem sacerdote falava na língua dos anjos — palavras de amor que todos pudemos compreender plenamente, mas que tocaram em especial o seu amigo. “Eu gostava muito de conversar com você o tempo todo na Igreja”, disse ele. “Você sempre me dizia coisas boas. E sabe, nosso time de futebol praticamente desapareceu agora que não temos você. Você joga muito bem.”
“Sinto muito”, respondeu Tebello. “Vou voltar a estar com vocês.”
“Isso vai ser ótimo”, disse Thabiso. “E lembra como costumávamos nos preparar para servir como missionários? Podemos começar a fazer isso de novo?”
“Claro”, respondeu Tebello, “Eu quero voltar”.
Talvez a maior alegria que senti como conselheiro na presidência geral dos Rapazes tenha sido a de ver os portadores do Sacerdócio Aarônico do mundo inteiro exercerem o poder do Sacerdócio Aarônico. Mas, às vezes, também tenho visto, com o coração entristecido, como muitos rapazes não compreendem quantas coisas boas eles podem fazer com o poder que possuem.
O sacerdócio é o poder e a autoridade do próprio Deus para agir a serviço de Seus filhos. Oh, se todo rapaz, todo portador do Sacerdócio Aarônico, pudesse compreender plenamente que seu sacerdócio possui as chaves do ministério de anjos! Se eles apenas pudessem compreender que têm o sagrado dever de ajudar seus amigos a encontrar o caminho que conduz ao Salvador. Se apenas soubessem que o Pai Celestial lhes deu o poder de explicar as verdades do evangelho restaurado com tamanha clareza e sinceridade para que outros sintam a veracidade inegável das palavras de Cristo.
Caros rapazes da Igreja, quero fazer-lhes uma pergunta que espero que levem no coração por todo o restante de sua vida. Que poder maior vocês poderiam obter na Terra do que o do sacerdócio de Deus? Que poder poderia ser maior do que a capacidade de ajudar o Pai Celestial a mudar a vida de seus semelhantes, de ajudá-los ao longo do caminho para a felicidade eterna, sendo purificados dos pecados e dos erros?
Como qualquer outro poder, o sacerdócio precisa ser exercido para efetuar qualquer bem. Vocês são chamados para erguer-se e brilhar (verD&C 115:5), e não para esconder sua luz nas trevas. Somente os que forem corajosos serão contados entre os escolhidos. Ao exercerem o poder de seu sagrado sacerdócio, sua coragem e confiança aumentarão. Rapazes, vocês sabem que estão dando o melhor de si quando estão a serviço de Deus. Sabem que são mais felizes quando estão zelosamente ocupados em uma boa obra. Magnifiquem o poder de seu sacerdócio sendo puros e sendo dignos.
Reitero as palavras do Élder Jeffrey R. Holland, que falou há seis meses deste púlpito, dizendo: “Estou olhando hoje para homens e rapazes que se importam o suficiente com essa batalha entre o bem e o mal para dar um passo à frente e abrir a boca. Estamos em guerra”, ele continuou: “Peço uma voz mais forte e mais dedicada, uma voz não só contra o mal (…), mas também uma voz do bem, uma voz do evangelho, uma voz de Deus” (“Somos os Soldados”, A Liahona, novembro de 2011, p. 44).
Sim, portadores do Sacerdócio Aarônico, estamos em guerra. E nessa guerra, a melhor maneira de nos defender do mal é promover ativamente a retidão. Não podemos ouvir palavras impróprias e fingir que não as ouvimos. Não podemos ver, sozinhos ou com outros, imagens que sabemos ser indecentes e fingir que não as vimos. Não podemos tocar em nada impuro e fingir que isso não tem importância. Não podemos ser passivos quando Satanás procura destruir aquilo que é sadio e puro. Em vez disso, defendam corajosamente o que sabem ser verdade! Quando ouvirem ou virem algo que viole os padrões do Senhor, lembrem-se de quem vocês são — soldados no exército do próprio Deus, investidos com o poder de Seu santo sacerdócio. Não há melhor arma contra o inimigo, o pai das mentiras, do que a verdade que sai de sua boca, ao exercerem o poder do sacerdócio. A maioria de seus colegas vai respeitá-los por sua coragem e sua integridade. Alguns não vão. Mas isso não importa. Vocês vão conquistar o respeito e a confiança do Pai Celestial, porque usaram o poder Dele para realizar os propósitos Dele.
Conclamo todas as presidências de quórum do Sacerdócio Aarônico a erguer novamente o estandarte da liberdade e a organizar e liderar seus batalhões. Utilizem seu poder do sacerdócio, convidando as pessoas a seu redor a vir a Cristo por meio do arrependimento e do batismo. Vocês receberam o mandamento e o poder do Pai Celestial para fazer isso.
Há dois anos, quando eu visitava Santiago, no Chile, fiquei muito impressionado com Daniel Olate, um rapaz que sempre acompanhava os missionários. Pedi-lhe que me escrevesse e, com permissão dele, vou ler parte de seu recente e-mail: “Acabei de fazer dezesseis anos e, no domingo, fui ordenado ao ofício de sacerdote. No mesmo dia, batizei uma amiga. O nome dela é Carolina. Ensinei-lhe o evangelho, e ela frequentava regularmente a Igreja e até recebeu seu certificado de Progresso Pessoal, mas os pais dela não permitiram que fosse batizada até que passaram a me conhecer e a confiar em mim. Ela quis que eu a batizasse, por isso tivemos que esperar um mês, até o domingo, quando fiz dezesseis. Sinto-me muito bem por ter ajudado uma pessoa tão boa a ser batizada, e sinto-me feliz por ter sido eu quem a batizou”.
Daniel é apenas um dos muitos rapazes do mundo inteiro que estão vivendo à altura do poder que Deus lhes confiou. Outro deles é Luis Fernando, de Honduras, que percebeu que seu amigo estava seguindo um caminho perigoso e compartilhou seu testemunho com ele, literalmente salvando-lhe a vida (ver “Mudança de Coração”, lds.org/youth/video). Olavo, do Brasil, é outro exemplo. Um verdadeiro ministro local no lar (ver D&C 84:111), Olavo inspirou sua mãe a voltar à plena atividade na Igreja (ver “Reunited by Faith”, lds.org/youth/video). Vocês podem encontrar algumas dessas histórias e muitas outras semelhantes no site dos jovens da Igreja, youth.lds.org. A propósito, a Internet, as mídias sociais e outras tecnologias são ferramentas que o Senhor colocou em suas mãos para ajudá-los a exercer seus deveres do sacerdócio e a estender a influência da verdade e da virtude.
Caros rapazes, quando vocês exercem o Sacerdócio Aarônico da maneira que descrevi, estão se preparando para as responsabilidades que terão no futuro. Mas estão fazendo muito mais que isso. Como João Batista, aquele exemplar portador do Sacerdócio Aarônico, estão também preparando o caminho do Senhor e endireitando Suas veredas. Quando declaram destemidamente o evangelho do arrependimento e do batismo, como fez João, estão preparando as pessoas para a vinda do Senhor (ver Mateus 3:3;D&C 65:1–3; 84:26–28). Com frequência vocês ouvem dizer que têm um grande potencial. Bem, agora é o momento de colocar esse potencial em ação, de usar as habilidades que Deus lhes deu para abençoar os outros, levando-os da obscuridade para a luz, e de preparar o caminho do Senhor.
A Igreja lhes deu o livreto Dever para com Deus como recurso para ajudá-los a aprender e a cumprir seus deveres. Estudem-no sempre. Ajoelhem-se, longe dos dispositivos tecnológicos, e busquem a orientação do Senhor. Depois, ergam-se e usem o poder de Deus. Prometo que receberão respostas do Pai Celestial sobre como conduzir sua própria vida e sobre como ajudar os outros.
Vou citar as palavras do Presidente Thomas S. Monson: “Jamais subestimem a influência de longo alcance de seu testemunho. Vocês (…) podem ter a habilidade de notar o que não é notado. Quando vocês têm olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração para sentir, vocês podem dar de si e socorrer [outros]” (“Sê o Exemplo”, A Liahona, maio de 2005, p. 112).
Testifico que o poder do sacerdócio é real. Adquiri meu testemunho exercendo eu mesmo o sacerdócio. Vi milagre após milagre ser realizado por aqueles que possuem o poder do Sacerdócio Aarônico. Testemunhei o poder da ministração de anjos quando fiéis portadores do Sacerdócio Aarônico proferiram palavras cheias de Espírito e de esperança, tocando o coração de alguém carente de luz e amor. Em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor, nosso líder e nosso Salvador. Amém.